Mundo velho está perdido Já não endireita mais Os filhos de hoje em dia Já não obedecem os pais É o começo do fim Já estou vendo sinais Metade da mocidade Estão virando marginais É um bando de serpente Os mocinhos vão na frente As mocinhas vão atrás
Pobre pai e pobre mãe Morrendo de trabalhar Deixa o couro no serviço Pra fazer filho estudar Compra carro à prestação Para o filho passear Os filhos vivem rodando Fazendo pneu cantar Ouvi um filho dizer O meu pai tem que gemer Não mandei ninguém casar
O filho parece rei Filha parece rainha Eles que mandam na casa E ninguém tira farinha Manda a mãe calar a boca Coitada fica quietinha O pai é um zero à esquerda É um trem fora da linha Cantando agora eu falo Terreiro que não tem galo Quem canta é frango e franguinha
Pra ver a filha formada Um grande amigo meu O pão que o diabo amassou O pobre homem comeu Quando a filha se formou Foi só desgosto que deu Ela disse assim pro pai Quem vai embora sou eu Pobre pai banhado em pranto O seu desgosto foi tanto Que o pobre velho morreu
Meu mestre é Deus nas alturas O mundo é meu colégio Eu sei criticar cantando Deus me deu o privilégio Mato a cobra e mostro o pau Eu mato e não apedrejo Dragão de sete cabeças Também mato e não aleijo Estamos no fim do respeito Mundo velho não tem jeito A vaca já foi pro brejo
Compositores: Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro), Lourival dos Santos, Vicente Pereira Machado (Vicente P. Machado) ECAD: Obra #2292