Rodrigo Mattos e Praiano

Caboclinho Valente

Rodrigo Mattos e Praiano


Um vendeiro mal intencionado
Que pensava ser muito ladino
Do filho de um caboclinho
Foi padrinho na lei do Divino
Caboclinho era peĂŁo valente
Respeitado até por assassino
Sua esposa de corpo bem feito, boca grande e tornozelo fino

O vendeiro ia ver a comadre
Com desculpas de ver o menino

A paixĂŁo que sentia no peito
Certo dia ele nĂŁo suportou
Encontrando a comadre sozinha
O seu grande amor confessou:
''Para ter vocĂȘ uma noite atĂ© minha venda eu lhe dou''
Antes de receber a resposta
Caboclinho em casa chegou
A mulher chamou para almoçar
Sorridente o vendeiro aceitou

Almoçando ela disse: ''Compadre
Resolvi dar a minha resposta
E jamais vou me arrepender
Tenho certeza e faço uma aposta
Porém vou falar com meu marido, eu preciso saber se ele gosta
E se ele estiver de acordo, eu aceito a sua proposta''
O vendeiro derrubou o prato
Se engasgou, quase caiu de costas

Caboclinho gritou: ''Diga logo!''
Calmamente a mulher concluiu:
''O compadre quer trocar a venda, pelo velho burrinho tiziu''
O vendeiro falou: ''É verdade''
Num instante o negĂłcio saiu
Caboclinho virou comerciante
Com o tempo o comércio expandiu
E até hoje não sabe o motivo
Que o compadre da vila sumiu.

Compositor: Jesus Belmiro Mariano (Jesus Belmiro)
ECAD: Obra #222787 Fonograma #2597621

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