Um vendeiro mal intencionado Que pensava ser muito ladino Do filho de um caboclinho Foi padrinho na lei do divino Caboclinho era peão valente Respeitado até por assassino Sua esposa de corpo bem feito, boca grande e tornozelo fino
O vendeiro ia ver a comadre Com desculpas de ver o menino
A paixão que sentia no peito Certo dia ele não suportou Encontrando a comadre sozinha O seu grande amor confessou: 'para ter você uma noite até a minha venda eu lhe dou' Antes de receber a resposta Caboclinho em casa chegou A mulher chamou para almoçar Sorridente o vendeiro aceitou
Almoçando ela disse: 'compadre, resolvi dar a minha resposta E jamais vou me arrepender Tenho certeza e faço uma aposta Porém vou falar com meu marido, eu preciso saber se ele gosta E se ele estiver de acordo, eu aceito a sua proposta'
O vendeiro derrubou o prato Se engasgou, quase caiu de costas Caboclinho gritou: 'diga logo!' Calmamente a mulher concluiu: 'o compadre quer trocar a venda, pelo velho burrinho tiziu' O vendeiro falou: 'é verdade' Num instante o negócio saiu Caboclinho virou comerciante Com o tempo o comércio expandiu
E até hoje não sabe o motivo Que o compadre da vila sumiu.
Compositor: Jesus Belmiro Mariano (Jesus Belmiro) ECAD: Obra #222787 Fonograma #547794