Acordo cedo e me mando pelas 8 Logo após um cafezinho eu saio as 8 Nos olhos levo a esperança, na boca o gosto do café E em meu peito, bem guardado, aquela fé
Vou seguindo pela cidade de mansinho Vejo os pardais, mas onde voam os canarinhos? E entre carros e motocicleta, escapamentos e chaminés Meu pensamento voa e eu sigo a pé
Faço um contato e já me esbarra o meio-dia No bolso uma merreca e rascunhos de poesia Como um salgado e faço um lanche E no copo do refrigerante Enxergo meu lugar ao som num novo dia
E é assim que eu atravesso os meus janeiros Num dia desse num jardim te juro, que vi primeiro Muitas mãos tocaram a rosa Mas ela sempre reconhece as mãos do jardineiro
Por mais mãos que toquem a rosa Ela sempre reconhece as mãos do jardineiro
Pela 5 da tarde eu sinto a falta de um café Mas as moedas acabaram meu lembro, e agora José? Olho prum lado e pro outro Me vem o gosto do café O jeito é eu voltar pra casa a pé
Na volta as vezes eu encontro um amigo Que comenta sobre a faculdade, e briga comigo Nessa hora me aperta o peito Sinto até medo desse mundo cão Mas que se dane o mundo inteiro Meu ofício é fazer canção
É que essa é minha estrada Minha história de futuro incerto Mas só assim eu sou feliz atravessando esse deserto
Um cara simples que aprendeu com a vida A doce alquimia dos sonhos De transformar o momento em verso