Pertence Ao Crime
Todas ouviram o mermo papo
Alguma vez soou diferente?
Condenado pelo passado, não
Teu maior erro foi
Não olhar pra frente
Lá dentro
Quando o mundo te esqueceu
Viu na cela quem que foi teu céu
Agora
Rua tem sabor de mel, né?
Impressionante
Como as coisas são
Respeito, dinheiro e poder, né?
Mas de quem?
E com quem, se não eu?
Piranha e x9 na agenda do cel
O que te garante
Além dessa ilusão?
Porque eu cansei da ilusão
Caí, levantei, ainda estendi a mão
Na esquina da insônia
Encontrou coração
E chamou de fiel
Mas, se eu chamo, é em vão?
O que eu te peço não tem preço
Olho no olho não é pra ser peso
É só o mínimo que eu mereço
Pois agora vai ouvir o que penso
O que pertence ao crime
Morre pelo crime
E eu não posso viver por você só
Sempre amei teu lado passional
Como equilibrava o racional
Comigo nos braços
Ou com parafal
Aquele você nem você é igual
Eu também mudei
Eu não sei qual foi
Eu me acomodei, fingi ser normal
Tu entrar em casa sem dizer oi
Talvez eu também
Vá sem dizer tchau
Ao se aproximar
Eu me apaixonei
Ao se abandonar
Eu me descuidei
Que bandido é esse
Que pode tudo?
Que favela é essa
Que não tem lei?
Neurose de novinha
Não é meu forte
Não aguenta o plantão
Então larga o porte
Sei meu valor
Só que tu, parece
Que às vezes, esquece
Ou não merece
Se eu soubesse que
A vida seria assim
Não escolheria
Essa aqui pra mim
Mas quantos caminhos
Foram confundidos
Desde o nosso início
Pra encontrar o fim?
O que eu te peço não tem preço
Olho no olho não é pra ser peso
É só o mínimo que eu mereço
Pois agora vai ouvir o que penso
O que pertence ao crime
Morre pelo crime
E eu não posso, eu não posso
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