Fim de semana tomei um banho de sanga Botei um cheiro pilcha nova e fui bailar Golpeei dois lisos do meu licor de pitanga De alma leviana que nem carancho no ar
Já na chegada da bailanta um alvoroço Um melenudo disse eu sou rei do fandango Dei dois estouros no lombo deste índio grosso E no retoco já dancei de espora e mango
E dê-lhe canha a noite inteira E algum gritito pra paisanada Que vai bailando na polvadeira Eu sou cuiudo retouçando na manada
Entrei no baile corri os óio na sala Apartei com o dedo a china do meu agrado Facão e mango e um trinta cheio de bala Pra tentar a felpa dalgum ventena aporreado
Bem escorado no balcão do botequim Pedi dois metros duma canha da fronteira Dois guampa torta fizeram farra de mim Saltei pra fora e já benzi com a mia soiteira
Entrei de volte e passei a faca na gaita Pois meto os peito e pra macho não peço arrego Disse pra china tenho um zaino bom de arreio E tu vais junto pra dormir nos meus pelêgos
Antes de ir embora dei-lhe dois tiros pra cima Deu no candieiro e formou-se um novo retoco Sou dos ventenas que não é manco na esgrima E bem nojento num facão cabo de osso
Compositor: Mario Rubens Battanoli de Lima (Mano Lima) ECAD: Obra #37978621 Fonograma #42804516