Querência e cidade meus companheiros há uma diferença muito grande.
Lá na querência quando amanhece A gente esquece todos dissabores Cá na cidade quando amanhece É um inferno o ronco dos motores A diferença de uma coisa e outra Que me perdoe agora meus senhores Cidade é selva de cimento armado O homem é fera embora estudado Lá na querência é um jardim de flores
E querência amada.
Lá na querência um fio de bigode Fecha um negocio vale um documento Cá na cidade um fio de bigode É coisa a toa que vive ao relento A diferença de uma coisa e outra Perdoe-me senhores um momento Cá na cidade o advogado fala Lá na querência se resolve a bala Finda pra sempre um aborrecimento.
Há...lá o defunto sai mais barato.
Lá na querência a mulher é simples E tem o cheiro das flores da mata Cá na cidade a mulher é isnobi E a maioria delas é ingrata A diferença de uma e da outra Perdoe-me senhores de gravata Lá na querência a mulher não se pinta Cá na cidade é na base da tinta Come pão doce, lá come batata.
E a batata dá mais força mesmo.
Lá na querência canta os passarinhos Como é bonito quando o sol levanta Cá na cidade a busina é música E no asfalto o pneu é que canta A diferença de uma coisa e outra Peço senhores em nome de santa Lá na querência nos fazer visita Pra ver que a vida lá é mais bonita Do homem grosso que lavra e planta.
por nelson de campos
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #53251 Fonograma #2499539