Decifrando
A mata virge é sertão
Água parada é lagoa
Cana moída é bagaço
Dente de ouro é coroa
Ronco no céu é trovão
A chuva fina é garoa
Tudo o que é bão dura pouco
O que é demais logo enjoa
Calor demais é mormaço
Pé de boi é mocotó
Quem canta de graça é galo
Quem vai na onda é coió
Amor ingrato é desprezo
Desprezado vive só
Se fica perto padece
Se vai pra longe é pió
Casa caída é tapera
Córgo grande é ribeirão
Trio no mato é picada
Arto de morro é espigão
Chuva grossa é tempestade
Festa na roça é função
Suspiro longo é saudade
Soluço triste é paixão
Boi arisco é pantaneiro
Cavalo xucro é pagão
O marrueiro é saudoso
Nego véio é Pai João
Que vive triste e calado
Alembra da ingratidão
A mãe preta que foi morta
No tempo da escravidão
Compositores: Joao Salvador Perez (Tonico), Jose Fortuna (Ze Fortuna)
ECAD: Obra #95131 Fonograma #3091474Ouça estações relacionadas a Tonico e Tinoco no Vagalume.FM