Tribo da Periferia
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Tem que ter proceder

Tribo da Periferia


É senhor, eu só mais um de seus filhos
Jogado aqui no impossível desse mundão infinito e cruel
Jogado aqui na selva da sobrevivência
Entre as pedras, os espinhos, a covardia da humanidade
Mas aí, a fé no Senhor, me dá forças para prosseguir
Ter que ter proceder

Veí, pra se bandido é preciso bem mais que um revolver
É preciso mais que uma arma pra se garantir
Aqui da selva de pedra sou um sobrevivente
Refugiado da morte com várias no pente
As algemas que me deste eram fracas e se quebraram
O amor que eu tinha pela vida era pouco e se acabou
Um homem, um mundo, a paz e a guerra não se combinam
Meu coração uma bomba ativa e já explodiu
Entre os barracos, os becos, entre os becos os corpos
Entre a noite e o dia sempre um novo episódio
Entre a cruz e a espada sempre um homem humilde
Que deu fuga do crime e não teve como fugir
Eis a vida, eis a morte uma gota de sangue
Entre o céu e o inferno o gosto da revanche
A vida esconde o sorriso e exibe a lágrima
Na mente um flash do passado, em cenas trágicas

Mas o tempo não para sangue bom
A vida continua com pedras e espinhos
Pois pra sobrevier tem que ter proceder
Se não for, tem que ser guerreiro pra vencer
Pode crê
Mas o tempo não para sangue bom
A vida continua com pedras e espinhos
Pois pra sobrevier tem que ter proceder
Se não for, tem que ser guerreiro pra vencer
Pode crê

Bem-vindos a nossa selva de pedra
Pra sobreviver aqui cumpade
Tem que ter proceder
Pra sobrevier na guerra
Tem que ter proceder

Ontem à noite vi a luz, falei com Jesus
E pedi forças para carregar a minha cruz
Me vi um pouco aliviado até mais confiante
Mó sensação eufórica, por alguns instantes
Mas logo ouço uma pá de tiro na esquina
Correria, desespero, agonia
Pra ser sincero aí maluco eu não me sinto bem
Lembrei do Zé Luís que se foi assim também
A violência já faz parte do cotidiano
Fulano fez casinha pra ciclano e assim prossegue
Apodrecendo na decomposição no mundo de ilusão
Que morre no sonho de ladrão
Igual você bagulho na mente arma na mão
Já vi pagando pecado entre as flores e o caixão
Então

Mas o tempo não para sangue bom
A vida continua com pedras e espinhos
Pois pra sobrevier tem que ter proceder
Se não for, tem que ser guerreiro pra vencer
Pode crê

Mas o tempo não para sangue bom
A vida continua com pedras e espinhos
Pois pra sobrevier tem que ter proceder
Se não for, tem que ser guerreiro pra vencer
Pode crê

Deus usa os loucos, pra confundir os sábios
Deus usa a morte, pra vida ter mais valor
Deus usa o mal, pra nos mostrar o que é o bem
O mesmo com a coragem, o medo, prazer e a dor
Sou apenas uma carne viva um pecador
Que brinca com a morte nos desafios da vida
E sobrevive nas ruas escuras da Periferia
Como enfrentaram o monstro que assassinou Jesus
A nossa terra é triste desilusão
Submundo criminoso só destruição
Hoje aprendi, que o homem é traiçoeiro
E mata por dinheiro até o melhor parceiro
Eu vou fazer uma prece pra Deus

E pedir perdão pelos irmãos que ainda estão aqui
Meu pai é que as lembranças me desanimam
Mas em ti tenho forças para prosseguir

Mas o tempo não para sangue bom
A vida continua com pedras e espinhos
Pois pra sobrevier tem que ter proceder
Se não for, tem que ser guerreiro pra vencer
Pode crê

Mas o tempo não para sangue bom
A vida continua com pedras e espinhos
Pois pra sobrevier tem que ter proceder
Se não for, tem que ser guerreiro pra vencer
Pode crê
Compositor: Luiz Fernando Correia da Silva (UBC)Editor: Sony Music Publishing (UBC)Publicado em 2020 (22/Set) e lançado em 2013 (07/Out)ECAD verificado obra #20541269 e fonograma #22662619 em 21/Abr/2024 com dados da UBEM

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