Então você quer dividir meu estado Cê quer partir meu coração Cê quer que me sinta apartado De parte dos meus irmãos Quer dividir meu Estado Quer fatiar meu orgulho Contra esse fato inventado Eu faço muito barulho
Eu quero mais unido esse meu chão Do semiárido ao cerrado Do Gurgueia à Amarração Não quero ver céu remendado Tudo é tão diverso aqui Não tem a mesma paisagem Babaçu, tucum, pequi Vão margeando a viagem
Ê, povo Ê, Piauí
Enquanto o senhor quer mutilado Esse povo forte daqui Com seu sotaque avexado Quero unido o Piauí Nas águas do Parnaíba Que nos une ao Maranhão Rio abaixo, rio arriba Navega meu coração
Quero de nós muito mais Do tudo que eu já vivi Convoco os seus ancestrais Pra salvar o Piauí Da Costa e Silva, o poeta Nascido no Amarante Não deixe a terra dileta Passar assim por amante
Como é que alguém quer partido O desenho das nossas terras Já sinto o peito ferido Nessa mais doida das guerras Piauienses de agora E os que virão no futuro Verão essa mesma aurora Nesse chão unido e puro
Quero a casa de Quirino Do lado de Neca Preto E quero a de Severino Junto à casa do prefeito E se essa gente morrer Como, de fato, morreu Quero poder ver crescer Tudo o que deles nasceu
E é um direito que eu tenho E que eles terão também Ter orgulho de onde venho Sem dever nada a ninguém E ao declarar pro juiz A que estado pertence Ter orgulho da raiz De nascer piauiense