Lá vem doce o seu olhar
Meu caminho, meu chorar
Pouco importa o meu querer
Perco o tempo sem temer
Quero te ver à noite, onde mora o seu irmão
Sombras na calçada perseguem a multidão
Pinta o cabelo de cobre, põe o salto no chão
Minha sede aumenta, vampiro de profissão
Deixo de lado o embate, pego o controle no chão
Presto um singelo soneto, espero pela procissão
Chumbo no olho do nobre, pedras que viram sabão
Estanque o resto do tempo na fila da contramão
Antes daquela manchete pego o diário na mão
Seu irmão adormece, pronto na sua questão
Subo as escadas no teto, caminho sem direção
Meu sangue ferve em você, vou pra mais uma missão
Quanto ao cenário criado, minha interpretação
Sob o fogo aparece, apago a iluminação
Chuva de álcool na esquina
acende o sujeito sem pão
Já tomei meu sangue, desligo a televisão