Foi as quatro horas da manhã Meu cachorro de guarda latiu Levantei para ver o que era E vesti meu casaco de frio Então vi que chegou um mensageiro Amuntado num burro turdio Apiou e me disse "bom dia" E o borso da bargana ele abriu Uma carta o rapaz me entregou E de novo amuntou e na estrada sumiu
Dei a carta pro meu irmão ler Ele leu e me olhando sorriu "É convite pra nóis ir na festa vai haver um grande desafio" O meu papai já correu no vizinho Foi chamar o vovô e o titio Nóis cheguemo a pulá de contente Lá em casa ninguém mais dormiu Pra quebrar aqueles campeonato Nem com sindicato ninguém conseguiu
Violeiros que mandam convite Moram lá do outro lado do rio Eles pensa que nóis num vai lá
Mas nóis semo caboco de bril A peteca aqui do nosso lado Por enquanto no chão não caiu Quando nóis cheguemo no catira Os mais fraco na hora assumiu Só cantemo moda de campeão E os tar que era bão nem se quer reagiu
Perguntei para o dono da festa Onde foi que o senhor conseguiu Esses tar violeiro famoso Que as moda de nóis engoliu O festeiro ficou pensativo E mordeu no cigarro e cuspiu "Oceis são dois caboco batuta quem falou poder crer não mentiu" Teve algum canta esprementou Mas o peito faiô e voiz não saiu
As viola nóis faiz de encomenda Nosso peito é tratado e sadiu Já cantemo três noite seguida E as moda nóis não repetiu Quem repete é relógio de igreja E o triste cantar do Tisil E agora com esta vitória Inda mais nossa fama subiu E vocês num deve discuti Se viemos aqui foi vocês quem pediu
Compositores: Raul Montes Torres (Raul Torres), Rubens Ferreira (Rubens do Gera) ECAD: Obra #22787 Fonograma #3572645