Cambaco é quase um cazumbi Velho elefante do cambuci Trombone mudo em curva de rio Só espera a morte entrar no cio
Não se deslumbra ao que aí está Cambaco é um certo cambalear Antigamente antes do mundo surtar
Cambaco alembra o wiriyamu Velho guindaste de tromba azul Vulcão extinto não queima mais Mas se fumaça é um passo atrás
Desamparinho maior não há Cambaco hoje não vai voltar O passado as vezes sai do lugar
Onde era manada e rouquidão Hoje mercado negro de marfim Onde havia batuta e balafon Hoje é metralhadora a gargalhar
Já faz tempo que o tempo se perdeu Só cambaco se lembra de achar
Onde era sambada e balauê Hoje é a grana botando pra fudê Onde tinha bambara e pigmeu Hoje essa multidão solta no breu
Já deu hora de tudo se acabar Só cambaco não esquece de afundar
Onde era savana e kalundu Hoje é nego roendo o couro cru Onde havia calunga e bonbolon Hoje a mesa tá posta pra urubu
Tem mil anos que a vaca se embrejou Só cambaco ainda relembrou
Compositores: Manuel de Oliveira Leite de Almeida (Manu Maltez) (ABRAMUS), Vicente Moreira Barreto (Vicente Barreto) (AMAR)Editor: Edicoes Musicais Cordilheiras Ltda. (AMAR)Administração: Sony Music (UBC)Publicado em 2015 (02/Mai) e lançado em 2015 (02/Jun)ECAD verificado obra #12958591 e fonograma #11132489 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM