Ê Chico! Cascá Guará Bandeira! Teu Riso Ecoa no verde da feira
Menino! Se for nadar na ribanceira Nem Cristo Salva se chover na cabeceira
Hei -me neto de Antônio Bento Bandeirante de primeira Costurou pedra no embornal Se benzeu contra onça matreira Tem um coelho no seu chapéu Que é pro sol não rachar a muleira
Hei-me mano de Antônio Bento Um benzedor de primeira Conversa com o Lobo-Guará Se deitou com um Tamanduá-Bandeira Proibiu matar passarada Da nascente inté sua porteira
Ê Chico! Cascá Guará Bandeira! Teu Riso Ecoa no verde da feira
Hei-me cumpade de Antônio Bento Bom de garfo e bom de esteira Benzeu seu filho no São Francisco Deu estudo na capital Que é pro filho ensiná ao véio bento Que o Chico é bem nacional
Hei-me quenga de Antônio Bento Zóio virado e dentadura Tem cascalho no Velho Chico O cisco não é só de sujeira O peixe morre é pela boca Cuidado com a cozinheira!
Ê Chico! Cascá Guará Bandeira! Teu Riso Ecoa no verde da feira
Menino! Se for nadar na ribanceira Nem Cristo Salva se chover na cabeceira
Hei-me neto de Antônio Bento Faz bem mais que 20 anos O Chico tem bem mais que isso Bem mais que o tempo humano Nasce e morre incessantemente Há bem mais que 500 anos, seu dotô!
Se pra quem sabe ler Cisco é Francisco Viu o Chico nascer