Hoje o pessoá do mato Já está se acivilizano Já tem rapaz istudano Pras bandas da capitá Já tem moça que namora Com o imbigo de fora Etc, coisa e tá
Mas essas coisa eu estranho Me dano i num acumpanho A tar civilização Nem qui a morte me mate Nunca fui numa boate Nunca vi televisão
E esse tar de cinema Eu num sei nem cuma é Se é home ou se é muié Se é da lua ou do sol Um teatro eu nunca vi E também nunca assisti Um jogo de fitibó
É isso mermo patrão Eu nasci pra sê matuto Vivê cuma bicho bruto Dando di cumê a gado E eu só sei qui sô gente Purquê um véio meu parente Disse que eu sô batizado
Mas pru arte do pecado Os fi de cumpade Xico O fazendêro mai rico Daquele meu arrebó Cum priguiça de istudá Inventô de inventá Um jogo de fitibó
E no pátio da fazenda Mandô butá duas barra E eu fui assisti a farra Dos lote de vagabundo Qui quando eu vi afroxei Acridite qui eu achei A coisa mió do mundo
Eu cabôco lazarino Cum dois metro de artura Os braços dessa grossura Medo pra mim é sulipa Di jogá tive um parpite E aceitei logo o convite Pru modi pegá de quipa
Me dero um calção listrado E um par de joelheira Também um par de chuteira E uma camisa de gola Eu gritei: arra diabo Que eu já peguei touro brabo Sustentei pelo rabo Pur quê num pego uma bola?
Sei qui o jogo cumeçô O juiz bom e honesto Que por sinal é Ernesto O nome do apitador Qui mitido a justicêro Pru modi o jogo pará Bastava a gente chutá A cara do cumpanheiro
Bola vai, bola vem Um tar de Zé Paraíba Inventô de dá um driba No fíi de Chica Brejeira Esse lhe deu uma rasteira Que o pobre do matuto Passou foi cinco minuto Rebolando na poeira
O juiz mandô chutá Uma bola contra eu Porque o Fubeque deu Um chute no Honorato Aí o juiz errô O Fubeque que chutô Ele que pagasse o pato
Mais afiná meu patrão Num gosto de confusão Mandei o cabra chutá E fiquei isperano o choque Finarmente a bola vinha Vinha tão piquinininha Que nem bala de badoque
Quando eu fui pegá a bola Me atrapaiei meu patrão Passô pur entre meus braço Bateu numa região Fou bateno e eu caino Me espuliano no chão
O povo batero inriba Me déro um chá de jalapa Uns três copo de garapa E um chá de quixabeira Quando eu tive uma miora Joguei a chuteira fora Saí batendo a poeira
Daquele dia pra cá Nem mode ganhá dinhêro Num jogo mais de golêro Nem cum chuva, nem cum só Nem aqui, nem no diserto Nunca mais passo nem perto Dum campo de fitibó