Se alguém me bancar eu sei me vestir Só me falta roupa, Iaiá, só me falta roupa.
Aí, gente. Era assim que o Mestre Marçal falava, olha aí:
Vou comendo mingau pela beira do prato Enquanto no meio ele esfria. Vai procurar o teu bloco, das negas do tronco. Alo Bateria Moro em cima do sapato Vou levando o corpo do jeito que posso. Tás me entendendo compadre Se a onça morrer o mato é nosso.
Se alguém me bancar...
Mas eu sei que nós estamos juntos, Porem, não estamos, meu bem, misturados. Quero que pegue fogo no mato Vou comer peixe frito e tu peixe assado. Eu vou pro tubo de ensaio, Que Deus me defenda das coisas modernas. Pois quem morre, meu bem, de favor Não tem o direito de esticar as pernas.
Se alguém me bancar...
Trata de ti não me venha Que tu desengomas e diz que eu não mudo. Eu nasci sem saber nada e também vou morrer sem aprender tudo. E se a morte é um descanso, Meu bem, eu prefiro viver é cansado. Quero mais é que o mundo se acabe em barranco que é para eu morrer escorado.
Se alguém me bancar...
Tudo bem, justamente legal Mas não tem bem me dói Não me faça pedido Tas vendo aí, tu não sabes, Com quem vais dançar no salão tas perdido. Tu não me chamas pra festa É só para enterro, meu bem, Que me chamas. O corcunda sabe como deita Pois é ele que dorme no canto da cama.
Compositores: Jose Belmiro Lima (Ze Trambique), Paulo Cesar Francisco Pinheiro (Paulinho Pinheiro), Wilson das Neves ECAD: Obra #20113 Fonograma #9194273