Gaúcho da Fronteira encilhou o mouro velho, se enfiou numa vila pra dar um rebordeio Se atracou num truco e se entupiu de whisky, agarrou uma pinguancha e enforquilhou no joelho Foram pra tarimba e a orelha murchou e a tchanga ficou pedindo freio O Pedro Ortaça metido a ginete comprou um aporreado lá por Vacaria O tal rasga cueca, matungo famoso amontou de pelo no clarear do dia Virou num trapo os fundilhos do Pedro, um ovo ficou azedo e se enfiou na virilha O Mano Lima, cepa do Rio Grande a tua dor de corno não dá pra agüentar Tu larga de mão de dá pau nos milicos, se não na cadeia eles vão te fincar As tuas mulherzinhas incomodativas, tu raspa o sabugo e manda elas pastar Xirú Missioneiro vai de mal a pior, na negra Marcolina ele vive enrabado Ela vai pro povo fuzarquiar com os outros, e ela vai pra radio lhe mandar recados Volta pras crianças chorava e pedia, se não ele ia se matar enforcado Escutei no radio o clamor do vivente eu fiquei com dó resolvi ajudar Fiz um despacho pra tal pomba gira pro ovo do Pedro voltar pro lugar Pro Fronteira velho, passe de são Jorge pra orelha dela parar de murchar Pro Mano Lima sarar a dor de corno chamei o cacique do Rei Oxalá O tranca rua benzeu o Xirú, pra negra dela parar de putiar E o Tio Nanato, virou mandingueiro e é ne nesse oficio que o velho vai enricar
Compositor: Joao Fortunato Nunes Reis (Tio Nanato) ECAD: Obra #1456045 Fonograma #828574