A gente vaga sem rumo levando o que tem nas costas A nossa bandeira é a esperança onde o futuro se aposta Erguemos ranchos campeiros arando é que se cultiva E semeamos velhos sonhos nesta área improdutiva No arrastão contra a fome, velhos, moços e crianças Fecundando solos pobres acasalam a esperança Deus deu a terra pra todos dela o sustento tirar Mas uns tem tanto e não plantam e tantos sem onde plantar
Se tem tanta terra ao menos que na lonjura se somem Por que nos deixam vagando nos descaminhos da fome? Achando terra sem uso meu povo chega e acampa Pra ver se criam raízes num pedacinho da pampa (2x)
De longe um rico proprietário num latifúndio da serra Vê enxadas abrindo sulcos parindo frutos da terra Passam-se os dias e os meses e nunca resolvem nada Meu povo segue sofrendo no acampamento da estrada Fazem o povo galopear atrás do cadastramento Mas nunca acham lugar pra fazer o assentamento A reforma só existe na ficção dos decretos E nós só querendo um canto pra criar filhos e netos
Se tem tanta terra ao menos que na lonjura se somem Por que nos deixam vagando nos descaminhos da fome? Achando terra sem uso meu povo chega e acampa Pra ver se criam raízes num pedacinho da pampa...
por nelson de campos
Compositores: Jose Joao Sampaio da Silva (Joao Sampaio), Silvestre Araujo de Azevedo (Silvestre Araujo) ECAD: Obra #203912 Fonograma #40264