(Há, há, tu que queria ter um vida que nem a minha cantá e tocá gaita tu vai ver o que é bom pra tosse agora, tchê)
Eu tava bem sossegado vivendo co'a nega véia Nem me cruzava na ideia de campia incomodação Vivendo aquela vidinha de feijãozinho com arroiz Conformado que nós dois ia morrer nessa união Não sei por que cargas d'água um dia fui pro chinedo E amanheci de brinquedo com uma tchanga bem novinha Mas o diabo se não vem, sempre manda um assistente E os amigos e os parentes já sabem da minha festinha
Que vergonha dos vizinhos e dos familiar da muié Que descobriram meu ninho, guatipa dum cabaré Não sei se é azar ou se é sorte, só sei que é uma tentação O qual dos dois é o mais forte, a vergonha ou a paixão
(Que vergonha tamanha, o pior é que tô gostando)
Minha nega me disse, que o que mais dasacorsoa É eu virá um tipo à toa e aprontá isto pra ela E a bonitinha também, me deu-lhe uma prensa das boas Mandou escolher a patroa ou juntá os trapos com ela Pior é que eu tô apaixonado, e a patroa que é uma onça Pos o véio de responsa, caiu na boca do povo Passa o dia infernizada, sintida me espraguejando E eu não tô me assegurando pra ver a tchianguinha de novo
(Coitadinha da minha patroa, me olha com desprezo E diz: Vai atrás da tua lambisgóia sem vergonha!)
A tipa é linda demais, desta de assombrá o palhaço De me deu-lhe um prazeraço mas me arruinou amargamente Além de ser mal falada, um mau conceito medonho Só não pego Santo Antônio, porque não viu pessoalmente Pra me arrebentá no meio e pra completá o estouro Filmou o nosso namoro, nós deitado e tudo ali Dando um pega na botija, nós dois no maior disfruite Tacô num tal feicebuque, pra o mundo inteiro assisti
Que vergonha dos vizinhos e dos familiar da muié Que descobriram meu ninho, guatipa dum cabaré Não sei se é azar ou se é sorte, só sei que é uma tentação O qual dos dois é o mais forte, a vergonha ou a paixão
(Tchê, que vida esgualepada cosa bagual, ando em pandaréco)
Compositores: Dionisio Clarindo da Costa (Dionisio Costa), Jorandir Pereira de Souza (Xiru Missioneiro) ECAD: Obra #11495723 Fonograma #9962322