Zé Carreiro e Carreirinho

Sertanejo Solitário

Zé Carreiro e Carreirinho


Eu moro num campo triste, onde o rio faz um remanso
Toda tarde eu penso a vida, no terreiro do meu rancho
Olhando lá no banhado, jaburu parece ganso
Codorna pia macio, e a perdiz pia de avanço ai...

A saudade me aperta, desde a hora que eu levanto
Deste pobre coração, o suspiro sai de arranco
Quando me aperta nervosa, choro mesmo falo pranto
Tenho fé de ser feliz, tô sofrendo por enquanto ai...

Quando queima a camparia, forma um fumaceiro branco
Onde vem as andorinhas, pro verão de canto a canto
Se estas andorinhas falsas, que faz ninho no barranco
Eu divido a flor roxa, no brilhar dos pirilampos ai...

O que mais me aborrece, é quando aflorece os campos
Encosto a velha canoa, amarrada no barranco
Fico na porta do rancho, sentadinho no meu banco
Passo as mãos de vez enquando,
Nestes meus cabelos brancos aí...

Compositores: Adauto Ezequiel (Carreirinho), Lucio Rodrigues de Souza (Ze Carreiro)
ECAD: Obra #26077 Fonograma #1594468

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