Sentado à beira do rancho Na hora do sol entrar O cantar dos passarinhos Me fez logo relembrar
Da minha vida passada Eu vivia a carrear Daqueles tempos saudosos Que nunca mais vai voltar Eu vejo o meu velho carro Lá num canto empoeirado As rodas apodrecendo E o eixo quase quebrado
Meu velho carro de boi Que já foi admirado Hoje está na solidão Lá num canto abandonado Minha boiada carreira Na palhada remoendo Parece também que sofre E o que eu vivo padecendo
Faz muito tempo, seu moço Quando a serra ia descendo Fazendo sulcos no chão E os cocões tristes gemendo Daqueles tempos de outrora Só resta recordação Não se vê carro de boi Gemendo lá no estradão
Nem o carreiro cantando Fumando seu cigarrão Pois os transportes de hoje São feitos de caminhão
Tudo isto foi um sonho Que passou tão de repente Vejo o caminho estreitar Fechando na minha frente
Junto ao meu velho carro Dormirei tranqüilamente O eterno sono da morte Que é o fim de toda a gente
Compositores: Alberito Leocadio Caetano (Ronaldo Adriano), Jeronimo Divino Tomaz (Criolo), Pedro S. Sobrinho ECAD: Obra #29424 Fonograma #891915