Que falta que eu sinto da relva molhada do pó da estrada do cheiro de chão Do vento arrastando o cisco poido no trilho batido que desce ao grotão
Que falta que eu sinto de ouvir a rolinha cantando sozinha no capoeirão De ver assustado o cavalo branco saltando o barranco do velho estradão
Que falta que eu sinto de um fim de queimada fumaça parada na beira do rio De ouvir pelos campos a perdiz piando as pombas voltando do sertão bravio
Que falta que eu sinto de ouvir a goteira batendo na beira de um balde vazio Da mamãe que vinha pisando mansinho cobrir os filhinhos nas noites de frio
Que falta que eu sinto de ver a lagoa por entre as taboas nas tardes de sol Do pé de limeira do grande terreiro do velho coqueiro beirando o paiol
Que falta que eu sinto do choro da abelha nas flores vermelhas pelos matagais Pequenos detalhes do início da vida que a mente sofrida não esquece jamais
Compositor: Carlos Cezar/José FortunaPublicado em 2012 (27/Fev) e lançado em 1980 (15/Out)ECAD verificado fonograma #2387074 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM