Eu estou sentado na porta do edifício Atento olhando o rosto de cada cidadão Mas que coisa engraçada Eles parecem ter estampado no rosto um cifrão
Eu estou sentado na porta do edifício E como é difícil a gente poder entender Que cada um daqueles que passam Se consomem e se arrebentam Sem saber Mas e daí?
Mas mudando de conversa Do concreto pro guaicambu Você já sentiu de perto a peleja de um cafuçu?
É aquele que na hora do amor Não faz um cafuné Pois a mão calejada pode arranhar a mulher E que ao invés da gravata o suor lhe estampa o rosto pra o que der e vier
Mas e daí? Se eu não tenho nada com isso Cada um sabe o que fazer
Mas o destino deve estar de acordo com isso tudo O dinheiro, o carro, a sociedade te põe cego e surdo Mas não fique aborrecido porque você não é o único tarado nesse engraçado mundo
E eu continuo sentado na porta do edifício Entendendo agora porque este mundo é um lixo E com vontade de mandar todo mundo praquele lugar mas ela diz que eu ainda não posso falar
E daí? Se eu não tenho nada com isso Cada um sabe o que fazer
Mas salve você Moço americano Americano do hemisfério sul Moço americano Ouro verde sobre o azul Moço americano Americano do sertão Moço meu sustento Monumento de um chapadão
E daí? Se eu não tenho nada com isso Cada um sabe o que fazer E daí?
Compositor: Miguel Carlos Alberto da Costa (Miguel Carlos) ECAD: Obra #1671556 Fonograma #31034409