Tenho o meu burrão de raça Que é uma taça lá no meu retiro Pra falar memo a verdade Em quarqué cidade ele enfrenta tiro
Quando eu levanto meu braço Ele espicha o passo e dá um suspiro Meu burrão já tá na história Tem tanta vitória que até me admiro
Na cidade de Campinas Tem uma menina, disse que me ama Fui pedir a mão da moça O véio vez força, quase que nós trama
A moça muito faceira Sem fazer zoeira se jogou na cama Garantiu pro meu amigo De fugir comigo no burrão de fama
Chegando o dia marcado Eu saí armado pra encontrar com ela Mas como o prédio era baixo Eu encostei o macho na sua janela
Quase que eu caí de susto Quando eu vi o busto da linda donzela No meu fino pensamento Era o casamento em quarqué capela
Saímo cortando estrada Já de madrugada no burrão ruano O pai dela era um torpedo Que inté dava medo de ver o baiano
Eu fazia fé no trinta Que eu tinha na cinta e um parmo de cano Trinta bala na guaiaca Dois parmo de faca que fazia dano
Bem antes de nós casá Eu mandei sortá o burrão no pasto Quando vortemo da igreja Mandei vim cerveja da venda do Basto
Nisso chegou o baiano Que vinha bufando em cima do rastro Cochichou no meu ouvido Casando fugido ("O que acontece, companheiro? ") É menor o gasto
Compositores: Antonio Pires de Toledo (Nho Chico) (SICAM), Miguel Lopes Rodrigues (Piraci) (UBC)ECAD verificado obra #15852 e fonograma #9206299 em 28/Out/2024 com dados da UBEM