Esse canto, essa prece, esse brado é meu É a herança dos meus ancestrais São os cantos de amor da terra Essas lanças que se erguem e cortam os ventos Essas flechas que atravessam o céu O troar dos tambores da guerra
Na maloca dos cantos, na morada das almas Dos bravos, tuxauas e chefes Dos penachos errantes, das pinturas no rosto Cantai velhos pajés
Canta o grande guerreiro, dança o feiticeiro Os filhos da terra, os filhos da selva Os filhos da flecha, os filhos do sol Sob a luz do luar, tocam os maracás Ocara! flecha, pintura taquara
Na dança da chuva, no bater dos pés na terra molhada Ao redor das fogueiras os velhos que contam Histórias de luta de um povo que sempre entoou seu cantar Trovões e relâmpagos cruzam os céus Estrondam os céus
Nas flautas torés, trocanos, inhambés Chocalhos, tambores, o som tribal Dos cantos, das danças, das crenças Das rezas dos pajés