Daniel

Utopia

Daniel


Das muitas coisas
Do meu tempo de criança
Guardo vivo na lembrança
O aconchego de meu lar

No fim da tarde
Quando tudo se aquietava
A família se ajeitava
Lá no alpendre a conversar

Meus pais não tinham
Nem escola, nem dinheiro
Todo dia, o ano inteiro
Trabalhavam sem parar

Faltava tudo
Mas a gente nem ligava
O importante não faltava
Seu sorriso, seu olhar

(Falando)

Eu tantas vezes
Vi meu pai chegar cansado
Mas aquilo era sagrado
Um por um ele afagava

E perguntava
Quem fizera estrepolia
E mamãe nos defendia
Tudo aos poucos se ajeitava

O sol se punha
A viola alguém trazia
Todo mundo então pedia
Pro papai cantar com a gente

Desafinado
Meio rouco e voz cansada
Ele cantava mil toadas
Seu olhar ao sol poente

Passou o tempo
Hoje eu vejo a maravilha
De se ter uma família
Quando muitos não a tem

Agora falam
Do desquite ou do divórcio
O amor virou consórcio
Compromisso de ninguém

E há tantos filhos
Que bem mais do que um palácio
Gostariam de um abraço
E do carinho entre seus pais

Se os pais amassem
O divórcio não viria
Chame a isso de utopia
Eu a isso chamo paz
Compositor: Jose Fernandes de Oliveira (Pe. Zezinho Scj) (ABRAMUS)Editor: Instituto Alberione (ABRAMUS)Publicado em 2014 (19/Fev) e lançado em 2014 (30/Mar)ECAD verificado obra #651661 e fonograma #5682003 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM

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