Já que sou brasileiro E que o som do pandeiro é certeiro e tem direção Já que subi nesse ringue E o país do suingue é o país da contradição Eu canto pro rei da levada Na lei da embolada, na língua da percussão A dança, a muganga, o dengo A ginga do mamulengo O charme dessa nação Quem foi Que fez o samba embolar? Quem foi Que fez o coco sambar? Quem foi Que fez a ema gemer na boa? Quem foi Que fez do coco um cocar? Quem foi Que deixou um oco no lugar? Quem foi Que fez do sapo cantor de lagoa? Diz aí, Tião! - Tião? - Oi. - Foste? - Fui. - Compraste? - Comprei. - Pagaste? - Paguei. - Me diz, quanto foi? - Foi quinhentos reais. - Me diz, quanto é que foi? - Foi quinhentos reais. Já que sou brasileiro Do tempero, do batuque Do truque, do picadeiro Do pandeiro e do repique Do pique do funk-rock Do toque da platinela Do samba na passarela Dessa alma brasileira Despencando da ladeira Na zoeira da banguela Só ponho be-bop no meu samba Quando o Tio Sam pegar no tamborim Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba Quando ele entender que o samba não é rumba Aí eu vou misturar Miami com Copacabana Chicletes eu misturo com banana E o meu samba vai ficar, vai ficar...
Compositor: Oswaldo Lenine Macedo Pimentel (Lenine) ECAD: Obra #23598286