Essa noite eu orei
Conversando com deus perguntei
Senhor nessa vida quanto
tempo a gente ainda tem
Pra tentar ser feliz
Pra tentar ficar bem
Pra perdoar nossos erros
E pra dizer o quanto ama também
Pra agradecer pelas lutas
E ser grato por aquilo que tem
Quanto tempo a gente ainda tem
Pra ajudar o seu semelhante
sem olhar a quem
Sem diferença de classe ou cor
É Só plantar a semente do bem e espalhar o amor
Senhor me explica
O por que de tanta desigualdade
Gente morrendo de fome e frio
Nas calçadas dessa sociedade
Se aos olhos do pai todos somos iguais senhor
porque a religião só descrimina o ser humano
e valoriza os bens materiais

Deus tanta coisa nessa vida
Que é difícil de entender
Se nascemos preparados
Programados pra morrer
Entre sonhos e conflitos
Devemos agradecer
Tua palavra é meu refúgio
Nossa fé não vai morrer


Vivemos em guerra contra a fome
e o desemprego morando em barracos precários
disputando ossos como alimento
por culpa de um governo desmiolado
Tem mais um vírus que ataca
Tem polícia que mata
Um sistema que falha
Omissão se destaca
Genocídio em massa
E milhares na vala
É muito fácil gasta 25 mil em roupas de grife e posta no status
Difícil mesmo é ajudar o desfavorecido
a ter uma refeição decente no prato
Eu represento uma época onde o rap era mais ativo
em prol da militância o maior prestígio
era ser referência de conduta
pra criançada não fica pagando de rico com bebidas e mulherada
Senhor me explica onde foi que tudo se perdeu
os valores se inverteram ou o pensamento contrário
sempre foi o meu vivemos buscando clareza
Em meio há tanta incerteza a
Nossa oração sempre foi pedindo saúde e que nunca nos
falte o alimento na mesa
Senhor talvez o sentido da vida seja apenas a morte
pois nascemos crescemos vivemos
e sem medo algum encontramos a morte
Em meio ao caos desse mudo
Achar o caminho da luz seria muita sorte

Deus tanta coisa nessa vida

Que é difícil de entender
Se nascemos preparados
Programados pra morrer
Entre sonhos e conflitos
Devemos agradecer
Tua palavra é meu refúgio
Nossa fé não vai morrer