Já faz mais de trinta dias que lido só na labanca Mas na verdade mais franca não sou muito do alambrado Mas pra quem tava apertado a "lo menos" "tô" lidando Não "tô" no povo jogando nem no oitão do rancho parado
Contratei com um estancieiro que garantiu por bondade Que a carne eu tinha a vontade contrariando a minha infância Mas por Deus bate uma ância quando destampo as "panela" Só cabeça, bofe e goela é o que vem lá da estância
Mas um dia eu termino e pego os "troco" do patrão Me mando deste fundão na direção do povoado Longe de chave e talado bem mais gaúcho eu me sinto Pra lidar com o vinho tinto e as gurias do sobrado
Na coxilha é pura pedra na várzea banhado brabo Já ando quase cansado e com os pulsos num inchaço De "guenta" sol e mormaço meu lombo já descascou "Inté" uma guia atorou que me mijei dum laçaço
Carrego uma dor no lombo que coisa triste não passa Só debaixo de cachaça pra suportar este tormento Muito pior quando tem vento me arde que é um pavor No "levanta" o socador dou três "golpeada" e me sento
Mas um dia eu termino e pego os "troco" do patrão Me mando deste fundão na direção do povoado Longe de chave e talado bem mais gaúcho eu me sinto Pra lidar com o vinho tinto e as gurias do sobrado
O Sol tremendo no chão de "faze" um cristão "geme" Um dente querendo "doe" atraco do mesmo jeito Estufo bem o meu peito vendo o patrão chegando De longe já vem mirando e "loco" pra "bota" defeito
Coisa bruta a tal de cerca pra um pobre cristão poveiro Em pleno mês de janeiro namorando uma labanca Já fiz porteira e retranca resta umas tramas pra atilhar Virou pro lado dos trocos agora não posso aflouxar
Ainda hoje eu termino e pego os "troco" do patrão Me mando deste fundão na direção do povoado Longe de chave e talado bem mais gaúcho eu me sinto Pra lidar com o vinho tinto e as gurias do sobrado