Um mate de manhã cedo, alcançado em gesto franco Um pingo que ganha as garras, "pruma camperiada" ao tranco Uma garça no horizonte, ostentando um pala branco O sol pedindo serviço moldando um quadro de campo
Um galo que afina a goela avisando que hay pegada Um andu rondando o ninho zelando pela ninhada E um barreiro em matrimônio, alicerçando a morada Quando canta um quero-quero, faz a gente "olhá" pra estrada
Camperiada de janeiro, recorrida de banhado Num pingo bueno de arreio, por natureza domado Um laço estilo canhoto, c'oas rodilha "doutro" lado Batendo o guizo da argola, roçando o pelo molhado
Um potro em ponto de doma, de raça que corcoveia Mau de baixo e caborteiro, num prenuncio de peleia Que ao se "trompá" com um vaqueano, Compreende corda e maneia ...E depois de alguns galopes... masca o bocal e troteia
Um bagual que se arrocina pelos fundões da invernada Um pealo de toda trança, pro sapucai da "pionada" Poncho negro que se abre, contra a chuva galopeada Minuano que se levanta... sentindo ciúmes da geada
O dia fechando os olhos, logo após o sol se pôr Trazendo à cabresto a lua, um "candieiro" em esplendor... ...Não acredito que alguém... com sentimento e valor Possa dizer que este quadro é órfão de criador...
Compositores: Glademir Teixeira Nunes (Passarinho Teixeira Nunes), Gerson Brandolt Fagundes, Carlos Alberto Melo de Oliveira (Beto Vilaverde) ECAD: Obra #6384855 Fonograma #2481915