Para ti eu sou só um palhaço Nada além de um bufão tão normal Mas a minha alma é todo um pedaço Uma dor sem começo ou final Pode ninguém me entender Mas mostrar eu não vou Porque ninguém vai querer ouvir o que eu tenho a dizer
Não, não sei se gosto de ser assim Viver com quem só olha pra mim Mas no lugar de um rosto Só vê sinfonias, nada mais enfim
Eu sempre entendi o isolamento As lúgubres tardes de tormento Mas o mundo que me cerca Vive a utopia que a alegria é certa
Ah, mas, ah, não vás embora Devo ser entediante Mas quando souberes como sou, estarás radiante Pois então tu saberás que a vida é muito mais Que duas notas
Eu toco o cravo pra te alegrar Mas por suas teclas eu vou me matar Limpo os meus ouvidos com minha melodia simples Com os meus dedos feridos
Tu sequer notaste que eu chorei Por lágrimas eu me expressei Mas o mundo aqui não estava Se divertia enquanto pelo mundo eu me matava
Ah, mas, ah, não vás embora Eu me sinto tão sozinho Mas eu preciso de muito mais que um simples carinho Quando me entenderes, saberás que eu sou capaz De chorar notas
Mas eu já desisti de me iludir Raras são pessoas como eu Viverei para um dia eu sorrir Na morte libertar-me do breu Que cobre seco esse mundo E o cobre mesmo imundo Nem se interessou limpá-lo de fúteis ações vãs
Compositor: Rodrigo Faleiros de Oliveira ECAD: Obra #7643714 Fonograma #1306555