Dentro de mim aparece, às vezes, Uma mulher quem me vive em segredo, Um ser estranho que até tenho medo, Que algum dia me expulse de mim, Que algum dia me expulse de mim!
É mais doída, que a própria ferida, É mais calada que o próprio silêncio, E tem a idade em que nada é proibido, Vive comigo dentro de mim, Vive comigo dentro de mim, Ai.
Corre pra dentro de mim, Como se eu fosse uma espécie de abrigo, Fala comigo tal qual a um amigo, E me aconselha a fazer tudo aquilo Que a coragem não deixa fazer, Quando eu não faço, ela faz, Quando eu não quero, ela é audaz. Ai.
Quando se zanga, consegue o que quer, Às vezes me diz que não quer ser mulher, Mas sente falta de um homem qualquer, Essa mulher grita dentro de mim quando calo, Essa mulher chora dentro de mim quando canto.
Essa mulher ri do meu sofrimento se amo, Essa mulher sai de dentro mim quando sonho, Essa mulher morre dentro de mim quando grito, Essa mulher me dá sua mão quando sofro.
Ela é tão "eu" que, às vezes, não sei quem é ela, É tão só que, às vezes, não sei se sou eu. Ela é a vida, é a morte, é doida, é doída Como um corte no fundo do meu Coração, coração, coração!
Dentro de mim aparecem em segredo, Uma mulher quem me vive, às vezes, Um ser estranho que até tenho medo, Que algum dia me expulse de mim, Que algum dia me expulse de mim!
Compositores: Eduardo Pereira (Gandhula), Wagner Fernandes Domingues de Almeida ECAD: Obra #10027253