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?Só quero poder olhar para trás, ver este disco e sentir orgulho, pensando: ?Esse foi demais!?
Com seu quarto disco, All I Ever Wanted, Kelly demonstra sua sede por viagens mais longas, para levar sua música em direções novas e inesperadas. Embora já tenha vendido mais de 20 milhões de discos pelo mundo, colocado seis músicas no Top 10 americano e recebido Grammys, prêmios da MTV, da American Music e até uma indicação a um prêmio da CMA, a Associação da Música Country, ela continua dizendo que está muito mais interessada em desafiar a si mesma do que em se repetir.
O entusiasmo de Kelly aparece instantaneamente, e contagia, quando ela começa a falar de cada uma das novas músicas. ?Boa parte delas tem um clima meio soul, de rock dos anos 1970?, diz ela, ?e outras são mais dançantes e eletrônicas ? ?If I Can?t Have You é como um encontro dos Killers com o Eurythmics?. Ela também mostra seu lado mais suave, emotivo, em ?No One Will Listen? e em sua própria composição, ?Cry?, que, segundo ela, é ?basicamente uma canção country com uma produção pop, incrivelmente triste, mas, ainda assim, forte?.
Ela fala do primeiro single do disco, que tem o nome inesquecível de ?My Life Would Suck Without You? (algo como ?Minha Vida Seria uma M... Sem Você?, produzida pelos magos do pop Dr. Luke e Max Martin, e composta pelos dois em parceria com Claude Kelly), como um exemplo de sua necessidade de ser pessoal e de falar para todos com tudo o que grava. ?Eles compõem músicas maravilhosas, contagiantes e ousadas?, diz elas. ?Mas a música ficou muito diferente do que era quando começou a nascer. Mudamos o ponto de vista e outras coisas ao longo da produção, porque tínhamos que torná-la mais Kelly Clarkson. E Luke e Max adoraram isso, porque é um desafio para eles compor uma música que funcione bem para mim?.
A música mais desafiadora do disco, ?I Do Not Hook Up?, é cortesia de Katy Perry. ?Sou fã dela desde antes de ?I Kissed a Girl??, diz Kelly. ?Quando ouvi essa música, me senti ouvindo algo que eu mesma poderia ter composto?.
Ela ri ao descrever ?I Want You?, com seu tema surpreendente. ?Primeiro, não é uma música para arrasar os meninos, logo já é diferente em se tratando de mim?, diz ela. ?Além disso, fui eu quem a compus, o que a torna ainda mais esquisita!?.
O alcance de All I Ever Wanted não deveria chocar ninguém, afinal, se for levada em conta a viagem muito louca que a texana Kelly Clarkson tem vivido. Ela foi, naturalmente, atirada para os holofotes em 2002, como vencedora do primeiro programa ?American Idol?. (?Nosso show era tão diferente do que é agora...?, lembra ela. ?Agora tem uma pressão enorme, todas essas comparações, mas éramos apenas um bando de moleques querendo fazer música ? era quase a mesma coisa que cantar em bares para 10 pessoas, como eu costumava fazer?). Seu status de popstar foi garatido com Breakaway, de 2005: o disco vendeu mais de 10 milhões de cópias, levou cinco músicas ao Top 10 americano e ficou nas paradas por dois anos inteiros.
O platinado disco seguinte, My December, de 2007, chegou cercado de boatos e especulação. Kelly, pelo menos, não sabe até hoje de que tanto se falava. ?Na verdade, foi uma experiência muito positiva?, diz ela. ?Aprendi principalmente a respeito de como as pessoas podem distorcer as coisas ? jamais conheci um artista que concordasse com sua gravadora a respeito de tudo, mas as pessoas fizeram uma tempestade em um copo d?água. A companhia viu que eu estava indo longe, eles me deixaram fazer o disco que queria, e agora posso gravar mais um?.
Então, quando chegou a hora de escolher o repertório de All I Ever Wanted, Kelly sabia o que estava procurando. ?Sou uma garota das letras 95% do tempo?, diz ela. ?Gosto das coisas mais melódicas, que seguem fórmulas, porque cresci amando a música pop, mas na maior parte do tempo estou pensando na letra e na mensagem da canção?.
?Eu sabia cantar todos aqueles gêneros?, continua ela. ?mas acho que só agora estou ficando mais à vontade com as pessoas com quem trabalho, e elas mais à vontade comigo, conhecendo a mim e o que gosto?.
Ela diz que o trabalho com os produtores Sam Watters e Louis Biancaniello em ?Whyyouwannabringmedown?, que ela descreve como algo com ?um pouco do som da Invasão Britânica?, foi o ponto crucial do disco. ?Não sei quantas vezes cantei aquela música, simplesmente porque estava me divertindo muito com aquilo?, diz ela. ?Era novo, cheio de frescor e não parecia nada do que se ouvia no rádio. Depois disso, fui ao meu empresário e disse a ele que queria gravar um disco muito divertido, festivo, que queria ir fundo em todas as músicas?.
Kelly compôs a metade do disco, mas é difícil definir seu trabalho como parte de qualquer gênero isolado. ?Minhas composições estão por toda parte?, diz ela. ?Adoro compor canções tristes, deprimentes, isso realmente me diverte. Mas sou muito uma compositora em relação a tudo o que estou passando, o que vejo na minha vida. Estou com 26 anos, então, mudo todos os dias!?.
Mais do que qualquer coisa, ela está empolgada por voltar à estrada e levar as canções de All I Ever Wanted ao palco. ?Mesmo quando estou gravando já estou pensando em como farei a música ao vivo, o que conseguirei levar a ela. Gravo discos para poder fazer turnês ? é a minha parte favorita do que faço?.
Através dos altos e baixos, dos triunfos e das controvérsias, Kelly Clarkson manteve e até fortaleceu seu amor por todos os gêneros musicais. Com All I Ever Wanted, ela consegue mostrar com perfeição como esse amor vai longe. ?Desta vez, quis mostrar os extremos do que posso fazer?, diz ela. ?É isso que me mantém interessada, e também ao público?.
?Nunca quis fazer apenas um tipo de som?, diz ela. ?A pior coisa, para mim, é quando todas as músicas do disco têm o mesmo som. Se você puder escolher, por que não mostrar todos os lados e cores diferentes da sua personalidade??
Fonte: Site Oficial