Quando a peonada da estância Depois de um dia de campo Vem dando voltas pra casa Num trotão de recolhida As barrigueiras pingando Foram lavadas na sanga Pra cruzar outro inverno Se tira o barro da lida
Um mulato toma frente Para última cancela No parapeito da estância Fica a direita o galpão Vão pelas garras dos pingos Lavar lombo, sacar freio Para soltos no potreiro Rebolcarem-se no chão
Quando se chega prás casas Depois da lida de campo Se ajeita um mate dos buenos Pra falar das gauchadas A armada que cerrou firme Pra cocharrar o brasino Contra uma cerca de pedra Num fundo de invernada Quando se chega prás casas Se ajeita um mate dos buenos
E assim se passa a vida Numa estância de fronteira Enfrenando a cavalhada Bem no local nascer da aurora Com a cuscada na volta Alvoroçando a encilha Se quebra a calma das casas Num talareio de espora
Uma cobrita extraviada No assovio do campeiro Vem campereando um potreiro Já na volta do arremate Reculutando os anseios Que iam pastando no campo Pra se achegar junto as casas Apear e tomar um mate
Compositores: Eduardo de Souza Soares (Eduardo Soares), Fabricio de Oliveira Pereira (Fabricio Harden) ECAD: Obra #2170005 Fonograma #531643