Lisergia Tropical
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Sushi Com Rapadura

Lisergia Tropical


Quando eu morrer
Quero saber de Deus o que aconteceu
Pra colocar tanta mistura
Numa pobre criatura como eu

Se foi na loucura
Ou se ele me preparou no desespero
Ao menos Deus teve a ternura
De me botar pra nascer brasileiro

Quando eu morrer
Quero saber de Deus o que aconteceu
Pra enfiar tanta loucura
Numa pobre criatura como eu

Se errou na mistura
Ou se ele me preparou no desespero
Ao menos Deus teve a ternura
De me botar pra nascer brasileiro

Com meu vô do Ceará
E a minha vó de Teresina
Minha mãe veio com sangue quente
Fiquei com repente e a rima

Já pro lado do meu pai
Tem sangue até de samurai
E eu me criei dessa mistura
De saquê com cajuína

De sushi com rapadura
Jiraya com globeleza
Tem gente que me acha feio
Tem gente que tem certeza

Quem me assiste lá de cima
Ri tanto que nem respira
De Deus me botar no mundo
Parecendo uma taruíra

Quando eu morrer
Quero saber de Deus o que aconteceu
Pra colocar tanta mistura
Numa pobre criatura como eu

Se foi na loucura
Ou se ele me preparou no desespero
Ao menos Deus teve a ternura
De me botar pra nascer brasileiro

Pois quando eu vou pra São Paulo
Meu sotaque é de baiano
Quando chego na Bahia
Dizem que eu sou paulistano

Mas nasci num quadradinho
Depois vim morar na ilha
Sou candango de Vitória
Capixaba de Brasília

E por aqui todos me chamam
De Japa, mas tudo bem
Quando eu cheguei no Japão
Chamaram de Zé ninguém

Mas minha raça verdadeira
É de viajante vagabundo
Pra mim não existe fronteira
Pois sou cidadão do mundo

Quando eu morrer
Quero saber de Deus o que aconteceu
Pra enfiar tanta loucura
Numa pobre criatura como eu

Se errou na mistura
Ou se ele me preparou no desespero
Ao menos Deus teve a ternura
De me botar pra nascer brasileiro

E quando eu paro pra compor
Que a minha cabeça dá um nó
No violão vou tocar samba
Mas na letra sai forró

E ainda fica imaginando
Umas guitarra diferente
Groovando no rock'não roll
Enquanto eu canto esse repente

Com batera e percussão
Boto distorção na zabumba
E a mistura vira o som
De nada com coisa nenhuma

E eu me perco nos poema
Difícil até de cantar
Mas pra mim não tem problema
Se todo mundo dançar

Quando eu morrer
Quero saber de Deus o que aconteceu
Pra colocar tanta mistura
Numa pobre criatura como eu

Se foi na loucura
Ou se ele me preparou no desespero
Ao menos Deus teve a ternura
De me botar pra nascer brasileiro

Quando eu morrer
Quero saber de Deus o que aconteceu
Pra enfiar tanta loucura
Numa pobre criatura como eu

Se errou na mistura
Ou se ele me preparou no desespero
Ao menos Deus teve a ternura
De me botar pra nascer brasileiro
Ao menos Deus teve a ternura
De me botar pra nascer brasileiro
Ao menos Deus teve a ternura
De me botar pra nascer brasileiro

Compositor: Igor Harumitsu Veras Kobata
ECAD: Obra #31188547 Fonograma #31167921

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