Bem meu povo, Já vai longe aquele tempo, Da cadeira na calçada, Bem no finalzinho da rua, Da minha velha morada.
A tarde num pé de amora, Via a ultima andorinha, E na rua a criançada, Brincava de amarelinha.
A jardineira apanhava, Os passageiros lá na venda, Um cavaleiro passava, A caminho da fazenda.
Os visinhos conversando, Se alongavam noite a dentro, Até ficar salpicando, De estrelas no firmamento.
A cadeira foi deixada, Na calçada do destino, Onde senta com saudade, O meu sonho de menino.
Na avenida do meu peito, Esburacada pelos anos, Hoje passa a solidão, A galopar meus desenganos.
Já é tarde em minha vida, Na calçada do meu tempo, A cadeira do passado, Foi deixada no relento.
A andorinha da lembrança, Me transporta ver de novo, A calçada minha rua, E a conversa com meu povo.
Mais é sonho, Porque agora, Na calçada do meu ser, Sou cadeira que o tempo, Se esqueçeu de recolher.
Compositor: Desconhecido no ECADIntérprete: Marco Aurelio Ribeiro (Marco Brasil) (UBC)Publicado em 2019 (27/Mai) e lançado em 2019 (01/Mai)ECAD verificado fonograma #19852270 em 28/Out/2024 com dados da UBEM