A gente se esconde no mato na casa d’um conde qualquer A gente não quer saber nem de parente, a gente não pode escolher Há algum lugar que nos lembre e apresente de modo decente Mas não qualquer ombro doente, a gente não quer um escombro pra ter A gente se esconde na sombra da gente de pé
A gente que morre de sede e o sol, só pintura em parede A gente não tem qualquer vaga mente que uma gente vazia não tem E tudo que a gente tiver que a gente consome, consome E some nos restos, nas latas de lixo junto às baratas E outros tão bichos quanto a gente têm
Quando a gente desse seco povo Pobre-velho ou rico-novo Joga ovos na gente e a gente não quer A gente só quer um cochilo Estilo de vida não é pra nós não A gente quer subir na vida pra poder dormir no chão
E seguir com a nossa vida sem tapar buraco na rua Sem sentir no dia o tremor da luz crua que na nossa cova É uma lua quase sempre nova
Compositor: Fernando Oliveira Rodrigues de Freitas (Nando Freitas) ECAD: Obra #3997151