Sombras brotam sobre o chão Do alto sólido avião destoa Reflexo
Ondas valsam convulsão O mar revolve pedra em grão, garoa Conexo
Cinco dedos cada mão São cinco filhos, quatro irmãos na soma Convexo
Sinto medo sem razão Eu cismo tenso em aflição à toa Perplexo
Tudo penso o pensamento é muito aumento escuro alento que vai lento ali no centro está dentro e nunca sai
E as crias, a magia, nostalgia, analogia, alegria Ficou pra trás
Vivo com nostalgia e tristeza a lembrança de minha infância Desconhecido medo e incessante sonho Ladeados no banho do dia a dia gélido e escaldante Sexo elétrico enfrento percorrendo o corpo
Rio despencado como catarata do Iguaçu paulistano Despencando do hemisfério morte do cérebro azul Como sangue de um Reis para um hemisfério cumilical Feito avesso de nutrição e fezes De reza, sopa de biblinha Mais velocípede de roda de pipoca, igual eu Nas pedras cor de tijolo e muro de canjiquinha
O mesmo eu Único diluto no féretro do peixe morto ex-dourado Enfiado num caixão caixinha de fósforo sepultado no cubo canteiro
Ao lado da capelinha, dois solenes soldados botijões impávidos a gás a soluçar inaudíveis parcas lágrimas evaporadas em pesar profundo
E eu, anelado pelo medo letal Medo de sempre Mesmo medo Medo e medo mesmo De demonstrar o medo De mostrar ter medo De chorar por medo De morrer de medo e dor Medor
Secura potável na esponja encharcado do meu pensamento infernal Do fogo do inverno Com o gozo do inferno fui parido Não nasci E não nascido por não nascer Fui achado dentro de um coador de pó café Jogado numa lata de lixo de metal sem tampa Pinto no lixo Me refestelei dessa solitária inusitada condição
E as fagulhas As patrulhas Aleluia Cuia em cúria Se borbulham Milho a tulha que debulha Se ajoelha Sob os soltos pobres grãos
Eram sonhos Só sonhos Era carnaval Não tem hora pra acabar
Ter pais que me deram nome e sobrenome Que me deram paz Pais, origem
Genes de grãos torrados Moídos, coados, sorvidos Da prata manjedoura Rubro Cristo na encruzilhada de querer mais não
Morrer pelos pecados dos outros Sem poder pecar os meus E como pequei Essa é a história de um pecador Não sido num lado de baixo do Equador Brasil, São Paulo capital Jardim paulistano Rua Santa Cristina Duzentos e dezessete
Compositor: Nando ReisPublicado em 2024 (05/Jun) e lançado em 2024 (04/Jul)ECAD verificado fonograma #52211274 em 22/Jun/2024 com dados da UBEM