Correm moleques pelas ruas da batalha Bala que bate na cabeça e na palavra Chove vermelho quando o tempo fecha E há muito tempo ninguém já não faz mais nada
Ele era craque quando jogava bola Hoje ele vende crack na escola Somos pivetes que vendem chicletes E um canivete pra tirar algum por fora
E o bate-bate da cabeça contra o chão O tempo já levou nossa razão Hoje já estamos armados, somos caçados, rotulados Com uma nove na mão
Nove milímetros na mão No peito um coração Tão duro quanto o pão Que ontem e hoje não tivemos não, não, não, não, não!
A sombra e a escuridão Eu olho a vida por um cano fino E lá se foi a vida...
Homem armado se torna só Então retornamos ao pó No princípio era o verbo e o verbo era Deus Que Deus perdoe a todos nós
Nove milímetros na mão No peito um coração Tão duro quanto o pão Que ontem e hoje não tivemos não, não, não, não, não!
A sombra e a escuridão Eu olho a vida por um cano fino E lá se foi a vida...