Milonga dos meus tormentos quando ao relento da noite Sinto no peito os açoites das mágoas que me entristece São dois amigos que vivem a sofrer na mesma hora É um violão que chora e um coração que padece.
Cada ponteado recordo como uma voz que me fala Aquelas noites de baile quando eu dançava com ela E o ritmo da milonga console meu abandono Nas noites que perco o sono relembrando a minha bela.
Quem não conhece o desprezo meu viver não imagina Quando eu clamo minha sina muita gente diz que eu minto Aquela que eu tanto adoro nos braços de outro se prende E finja que não compreende as amarguras que eu sinto.
Me resta aguardar no peito amargas recordações Este mundo de ilusões de tanta coisa é composto Enquanto eu vivo sozinho padecendo amargamente Outro vive tão contente a custa do meu desgosto.
Ela nos braços de outro leva a vida entre prazeres Não lamenta os padeceres deste coração sozinho As noites delas são doces, as minhas amargas e longas Por isso canto milongas abraçado no meu pinho.
Compositores: Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro), Osvaldo Franco (Dino Franco) ECAD: Obra #1801 Fonograma #1621748