Eu fui fazer o transporte Do pantanar cuiabano Eu levei de companheiro O boiadeiro Luciano Quando saímo cedinho Seus filho acordou chorando Abraçaro o pai pedindo Que Deus fosse acompanhando Que ele não vortava mais Eles tava adivinhando
Na zona do pantanar Nóis seguimo atrás do gado Luciano aberô um corgo Eu ataiei pro cerrado Mais tarde quando eu vortei Lá no lugar combinado Não encontrei o Luciano Só vi seu burro amarrado Na arve que ele parô ai Pra comer o seu virado
Bem no pé de angiqueiro Eu vi o capim amassado Meu burro trocô as oreia Oiando muito assustado Uma enorme sucuri Dormia um sono pesado Tinha engolido o Luciano Puxei meu trinta embalado Descarreguei na cabeça ai Daquele bicho marvado
Pra ver o acontecido Delegado eu fui chamar Ele disse, esse morto Não tem jeito de levar É mió fazê uma cova E aqui mesmo enterrar Respondi no pé da letra Dinheiro tem pra gastar Meu amigo aqui não deixo ai Custe isto o que custar
Pra trazer meu companheiro Contratei um carretão Foi a viagem mais triste Que eu fiz por este sertão Aquele sol cuiabano Queimava inté o coração Seu burro seguia o carro Rinchando pelo varjão Parecia que chorava ai A morte do pobre peão