(“Riachão das Alagoas era um famoso violeiro Só cantava por dinheiro nas festanças lá da praça Mas a pedido do padre, na festa de Santa Cruz Por devoção a Jesus ele foi cantar de graça
Nessa noite Riachão quebrou toda a violeirada E no meio da moçada pegou se engrandecer ‘Aqui vai meu desafio com esta viola no peito Nem o diabo eu respeito se pra mim aparecer'”)
Com a arrogância do violeiro uma véia se benzeu Com certeza ele bebeu, não sabe o que tá falando Quando foi na fim da festa Riachão pegou a estrada Na primeira encruziada arguém tava lhe esperando
Era um vurto que lhe disse numa voz que dava frio ‘Eu ouvi seu desafio e aqui tô pra lhe enfrentá Minha viola que é de ouro lhe darei se vós vencê Mas porém se vós perdê sua alma eu vou levá'
Riachão pensou em correr mais viu que não tinha jeito Pois a viola no peito, nessa hora ouviu um estouro O vurto tinha sumido sem dar uma explicação Deixando com Riachão sua viola de ouro
É que a lua por milagre entre as nuvem aparecia Clareando como um dia com o seus raios de luz E a viola atravessada no peito de Riachão Fez uma sombra no chão no formato de uma cruz
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositor: Joel Antunes Leme (Pedro Bento) ECAD: Obra #40258 Fonograma #121112