A Outra Volta do Parafuso
Naquele dia senti
Que, finalmente,
Tua mĂĄscara ia cair
Definitivamente
Eu estava cansado
e te ouvir mentir
Meu corpo doĂa de um lado
Minha alma fervia do outro
De novo no mesmo lugar
E eu nĂŁo queria estar ali
Tenho certeza que tu Ă©s o castelo
Onde o meu desejo mora
Mas me machuquei
Quando me aproximei
De tuas paredes de pedra
E tudo que sonhei
Me incomoda agora
Seja qual for o dia
Seja qual for a hora
Antes de pensar em me procurar
Me apague da tua memĂłria
Porque jĂĄ tranquei as portas
E escondi as chaves
SĂł nĂŁo vi de que lado fiquei
De dentro, ou por fora, nem sei
VocĂȘ me dĂłi agudo e isso Ă© grave, grave
Antes de te reencontrar
Sei que preciso voltar
A ser alguém
Alguém que saiba, pelo menos
Tudo aquilo que nĂŁo quer
Alguém que tente
Atravessar o tĂșnel no final da luz
Pois fiquei cego, surdo e mudo
E agora quero me esquecer de tudo
Pra descobrir em fim o que sobrou de mim
Que ainda me seduz
Se por acaso pensas que
Eu vou me perder por aĂ
Ainda vou gritar no teu ouvido
Que a vida Ă© um parafuso sem fim
Que a cada volta
Aperta mais
E nunca afrouxa
Para trĂĄs
SĂł entĂŁo saberĂĄs que
Desde o inĂcio eu jĂĄ era assim
VocĂȘ me dĂłi agudo e isso Ă© grave, grave
Antes de te reencontrar
Sei que preciso voltar
A ser alguém
Compositor: Paulo Correa de Araujo (Moska)
ECAD: Obra #1577981 Fonograma #589375Ouça estaçÔes relacionadas a Paulinho Moska no Vagalume.FM