Arranca o couro cabeludo Arranca caspa, arranca tudo Deixa entrar sol nesse porão Em qualquer dia por acaso Desfaz-se o nó, rompe-se o vaso E surge a luz da inspiração Deixa seus anjos e demônios Tudo está mesmo é nos neurônios Num jeito interno de pressão Talvez se possa, como ajuda Ter uma amante manteúda Ou um animal de estimação Pega a palavra, pega e come Não interessa se algum nome Possa te dar indigestão O que se conta e se aproveita É se a linguagem já vem feita Com sua chave e seu chavão A porta se abre é de repente Como se no ermo do presente Se ouvisse a voz da multidão E o que tem força, o que acontece É como um dia que estivesse Sem calendário ou previsão Fica à espera, de tocaia Talvez um dia a casa caia E fique tudo ao rés-do-chão Fica a fumaça no cachimbo Fica a semente no limão Fica o poema no seu limbo E na palavra um palavrão
Compositores: Gilberto Mendonca Teles, Pedro Luis Teixeira de Oliveira (UBC)Editor: Warner (UBC)Publicado em 2013 (15/Abr) e lançado em 2004 (02/Fev)ECAD verificado obra #3515028 e fonograma #3145614 em 06/Abr/2024 com dados da UBEM