Noite alta na minha janela
Luzes da favela a brilhar
Um corpo cai da solidão no azul dessa tela
É tão tarde pra chorar

Minhas palavras no chão
Teu adeus na penumbra
Não consigo esquecer
Só vejo a lua na tevê, sinto medo da chuva
Sem você não sou ninguém

Eu abro a porta pra você
E vejo que é só um cinema que não pode ser
Foi minha alma que eu te dei
Depois entrei nesse poema e me apaixonei

Não mais, nunca mais uma rosa
Era manhã de carnaval
A verdadeira sensação da paixão luminosa
Se perdeu no temporal

Muitas águas rolaram, ficaram mais turvas
É claro que você não vem
O nosso amor não cai do céu, nem do sol, nem da chuva
Sem você não sou ninguém

Eu abro a porta pra você... etc

Ai, cai a chuva, cai
E outras lágrimas se vão
Perdidas nesse temporal
Meu amor, não leve a mal
Eu me lembro muito bem
Deixei a chuva te molhar