Ai eu comprei uma boiada brava que vim trazendo No chão de Goiás Depois de atravessar a fronteira Do rico estado de Minas Gerais A boiada estorou no pé da grande Serra dos cristais Lutei bastante, quase o dia inteiro Mas a boiada esparramava mais Morreram cinco dos meus companheiros Fiquei sozinho com o capataz
Meu companheiro me falou chorando Espero em Deus o nosso salvador Olhei pro céu e avistei baixando Um misterioso disco voador Saltou na terra moça boiadeira E o seu berrante mudava de cor Falou contente com lindo sorriso Pra te salvar hoje aqui estou Eu vim do céu pra salvar a boiada E o seu berrante ela repicou
"Estou chegando tocando o meu berrante Tenha juízo ó meu grande amor Eu vim do céu para salvar a boiada Cumprindo ordens do Nosso Senhor
O repique do seu berrante Logo a boiada foi aglomerando E os companheiros que tinham morrido Naquele instante eu vi ressuscitando Vendo o milagre dessa boiadeira Que para o céu ela foi levitando Seu rosto lindo era o de Madalena E minhas penas ela foi perdoando Cai de joelhos com o rosto em terra E de contente solucei chorando"
Quando a boiada entreguei em Barretos Com todos boi contado na chegada Foi um milagre de Madalena A boiadeira que eu vi lá na estrada No outro dia eu fui acordando Pois foi um sonho a grande jornada Por isso mesmo eu creio em Madalena A pecadora foi santificada Quisera sempre minha protetora Pois minha alma já se sente amparada
Compositor: Elias de Oliveira (Faisca) ECAD: Obra #13602 Fonograma #1981