É terrível a perspectiva do nunca
É realmente assustador não mais saber
Enquanto no ontem se sabia
Enquanto se tinha todo dia

O sempre era talvez a maior certeza
Que vicejava nos dias de ilusão
Em que o sim era natureza
Distante da presença do não

O sempre passa a ser “não mais”
Nunca mais saber se tem
Ou ter sabendo não jamais ter

O sempre era talvez a maior certeza
Que vicejava nos dias de ilusão
Em que o sim era natureza
Diante da ausência do não

Mas hoje o que se tem é separação
De laços entrelaçados pelo coração
Que se esvaiu antes de partir
Sem deixar marcas por um dia existir

O sempre passa a ser “não mais”
Nunca mais saber se tem
Ou ter sabendo não jamais ter