Eu esses dias cheguei num carreiramento Correr um pingo de minha propriedade Cheguei gritei moçada eu sou de Bagé Meu cavalo é pangaré e jogo dinheiro a vontade Estendi o pala na grama beirando a cancha Quem é que topa a parada de um bageense O meu cavalo é corredor barbaridade Parte a cancha na metade E não tem ninguém que me vença
Saltou uns vinte foi-me topando a parada Eu fui jogando todo o dinheiro que tinha Foi muito fácil ganhei aquela carreira Forrei minha cartucheira Mas depois deu ladainha Deu um bochincho que foi uma coisa louca Puxei da faca e do meu trinta embalado Agarrei um e fui batendo nos outros Me deitei virei a potro pra dar conta do recado
Lá por as tantas uma chinoca a meu favor Pulou na briga estou contigo gauchinho Meio apertado perguntei ela quem é Eu também sou de Bagé E tu não vai brigar sozinho Ganhamos a briga com a maior facilidade Cheguei pra china e agradeci sorridente O meu cavalo é o que me resta ainda Agarra chinoca linda e leva ele de presente
Me agradeceu e pegou a rédea do pingo Me disse assim meu gaúcho eu sou solteira Esse cavalo é forte no upa-e-upa Leva nós dois de garupa vamos juntos pra fronteira Pensei um pouco solteiro eu sou também Vou voltar junto com essa chinoca pra trás Disse pra ela eu caso de boa-fé Quando nós chegar em Bagé Eu vou falar com teus pais.
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #107569 Fonograma #1429465