Telmo de Lima Freitas

Alma de Galpão

Telmo de Lima Freitas


Como faz bem um chimarrão feito a capricho
Quando cevado com o calor da própria mão
A madrugada negaceando mostra a cara
Cheiro de garras e pelegos pelo chão

Como faz bem ouvir o relincho do potro
Lá na magueira a espera do buçal
Baio sebruno, cabos negros de respeito
Que pelo jeito, não nasceu pra ser bagual

Como faz bem tomar um banho na restinga
Vestir as pilchas domingueiras pra passear
Ouvir a gaita de oito baixos resmungando
Adivinhando o pensamento do seu par

Como faz bem sentir o gosto da querência
Ouvir um grito explodindo no rincão
O venha, venha, do tropeiro nas estradas
Rezando a prece, de retorno ao velho chão

Como faz bem lavar a fuça na gamela
Tirar o freio pra depois chimarronear
E o gado manso ruminando junto as casas
E a terneirada num berreiro pra mamar

Como faz bem sentir o cheiro do borralho
Respirar fundo o braseiro do tição
Rio Grande velho, que retrata diariamente
Como se forja uma alma de galpão

Compositor: Telmo de Lima Freitas
ECAD: Obra #146069 Fonograma #830565

Encontrou algum erro na letra? Por favor, envie uma correção >

Compartilhe
esta música

Ouça estações relacionadas a Telmo de Lima Freitas no Vagalume.FM

Mais tocadas de Telmo de Lima Freitas

ESTAÇÕES
ARTISTAS RELACIONADOS