Teodoro e Sampaio

Vida Dura

Teodoro e Sampaio

Meu Piquí de Goiás


Vida dura
Meu deus que pindura
Eu não faço loucura
Mas me sinto mal
Passa um mês
Passa anos e anos
E a coisa não muda
Tá sempre igual
O salário do jeito que tá
Já deixei de comprar
Miudesa em geral
Fico bravo feito uma cobra
No bolso não sobra um bendito real

Fim de mês
Eu recebo o salário
E di novo eu saio
Pras contas acertar
Mês passado
Eu paguei o mercado
Esse mês eu não pago
Vai ter que esperar
A quitanda, farmácia e o barzinho
Eu reparto um pouquinho
Pra ninguém chorar
Não paguei nem o dizimo na igreja
Gastei com cerveja Deus vai perdoar

Desespero
E quando acontece
Que alguém amanhece
Meio doente
Si a doença
Mata devagar
O valor da consulta
Mata de repente
Então vai lá pro inps
Nem bem amanhece
Tem trinta na frente
O doutor na cadeira si ajeita
Rabisca a receita e nem olha pra gente

Fui atrás
De um rabo de saia
Pra quebrar o estrés
Dessa vida cruel
Pernoitei
Com uma moça tão linda
Do cabelo preto
E os lábios de mel
Uma noite de pura orgia
Eu me divertia
Fazendo escarcel
Alegria durou só um pouquinho
Voltou o chequinho que eu dei no motel

Passa o tempo
Tudo permanece
Não acontece
Nada di novo
Poderoso
Come estrogonofe
A mistura de pobre
É um pedaço de ovo
Quando escuto um governo anunciando
Que tá preparando
Um pacote novo
Sim prepare compadre e comadre
Lá vem mais pimenta no rabo do povo

Compositores: Adilson Cesar Nacbar (Corotte), Jose Lourenco Spirito (Ze Lourenco)
ECAD: Obra #15295272 Fonograma #13851675

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